sábado, 12 de dezembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

BRINCAR E CUIDAR: UMA RELAÇÃO POSSÍVEL EM ENFERMAGEM


RESUMO

INTRODUÇÃO: A brincadeira desperta em seu contexto lúdico a espontaneidade e a criatividade da criança, proporcionando-lhe uma variedade de elementos que a faz vivenciar um mundo de fantasias, outra um mundo real. Crianças que se encontram hospitalizadas, com a saúde fragilizada, debilitada, sofrendo o impacto de estar em um ambiente estranho, longe da família, dos amigos, tendo que adaptar-se as suas limitações; acabam apagando a magia, o encanto e o entusiasmo pelo brincar. Nesse âmbito o enfermeiro atua de forma a utilizar a ludicidade como estratégia para reduzir o sofrimento e acelerar o processo de recuperação da saúde. O presente trabalho tem como OBJETIVO apresentar o ato de brincar como ferramenta para que o profissional em enfermagem possa utilizá-lo em suas práticas diárias a fim de conhecer melhor as crianças com as quais lida como também a si mesmo e, desta forma, possibilitar novas descobertas e a compreensão de que o mundo está cheio de possibilidades e oportunidades para a expansão da vida com alegria, emoção, prazer e saúde. METODOLOGIA: Utilizamos, a prática de atividades lúdicas com alunos do curso de enfermagem, seguidas de discussões fundamentadas na visão de autores como Piaget, Vygotski, Friedmann, Kishimoto, Winicott e Bougére. Também usamos informações contidas em artigos publicados em revistas científicas, a partir da base de dados Scielo. RESULTADOS E DISCUSSÕES: O brinquedo como instrumento do lúdico, favorece o contato do enfermeiro com a criança, representando uma “ponte”; ao mesmo tempo em que ocorre integração desse contato no momento em que ocorre a prática lúdica. Tal participação do profissional de enfermagem na brincadeira permite a este detectar, avaliar e evoluir aspectos do processo de doença na criança. Convém ressaltar que a alegria que o brincar proporciona constitui um dos fatores que fazem as crianças esquecerem as suas fragilidades e encontrarem a superação dos seus problemas. Sabe-se que a ludicidade é de grande importância para o processo de formação do enfermeiro na medida em que traz novas possibilidades de tratamento de pacientes, em especial crianças. Essa ludicidade, aspecto inerente do ser humano, deve ser desenvolvida de forma crítica, tornando o enfermeiro capaz de identificar ações lúdicas adequadas para a sua prática profissional, utilizando-se de estratégias eficientes no processo de doença.


Autoras: Thiáskara, Naidhia, Zenilda, Hérica. Orientadora: Joana Esmeraldo


Trabalho apresentado na XII Semana de Iniciação Científica da URCA

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

☺ Se der tempo a gente brinca...☺



Nada mais claro pra mim do que a importância do brincar para a criança. Percebo, constantemente, que somos tentados a perceber a criança como um ser que brinca, independente de qualquer situação e diante das mais variadas circunstâncias. Entretanto, alguns diálogos estabelecidos com as crianças no “mercado”, evidenciam que, embora seja um direito da criança, garantido por lei”, o brincar tem sido suprimido da vida de muitas crianças, antecipando a sua adultice, quando substituídos por outras ações que não lhe trazem nenhuma ludicidade.
Sentado em um banco, em meio às frutas e acompanhado de um balde, encontro M., distante aproximadamente uns cinco metros do grupo de crianças que experienciam o teatro. Seu olhar era atento, ao tempo em que triste e com ares de desolação. Balançava o pezinho, além do par de olhos por trás dos óculos.
- Vamos brincar? Foi o meu convite, mas a resposta imediata me mostrou que a realidade do menino não lhe deixava ceder aos encantos da brincadeira.
- Eu venho na outra sexta. Hoje eu tenho muita coisa pra fazer. Foi a resposta.
- Que coisas? Quis saber.
- Eu tenho que encher um tambor para o meu pai.
- É este aí? Perguntei apontado para o balde que o acompanhava.
- Não... O tambor dá uns vinte desse. É bem grandão! Disse arqueando as sobrancelhas.
- Você vai enchê-lo de quê? Indaguei mesmo que sem ação.
- De coisa podre! Disse rapidinho.
Percebi que no balde já havia um abacaxi estragado.
- Vocês não vêm amanhã? Só tão aqui na sexta?
- Só, nas sextas-feiras estamos aqui.
- Venha amanhã... Por que vocês não vêm amanhã que eu brinco com vocês? Se der tempo a gente brinca...
Foi um pedido em tom de apelo que não tinha como não mexer na emoção de quem concebe o brincar como algo tão importante como o próprio respirar. No entanto, não podia lhe prometer isso, apesar da tentação, mas antes que eu falasse qualquer coisa, ele me dirigiu outra pergunta:
- Vocês vão tá noutro lugar, né?
Sim, foi o que respondi, muito embora, naquele sábado, durante uma parte de tempo, não conseguia estar em outro lugar anão ser a não ser nas lembranças do dia anterior, no mercado.
A brincadeira foi transcorrendo e, em busca ativa, minha colega encontra M., sentado ao lado do enorme tambor citado e com o balde em mãos. Reforça o convite à brincadeira e obtém a mesma resposta. Porém ao retornar ao grupo, em poucos minutos percebe que o garoto não resistiu e a acompanhou para brincar. Suas ações, divididas entre a alegria e a pressa, deixavam escapar seu medo. Parecia estar fazendo algo errado. Mesmo assim, ainda trabalhou um pouco OS SENTIMENTOS, proposta da oficina de teatro para aquele dia e, ao ser solicitado, constrói a frase: “Eu sou um velho”.
Um menino com responsabilidade de velho? Teria sido esta a mensagem? Apressava-se em se apresentar:
- Vamos tia, senão não dá tempo... Meu pai vem já me buscar!
Mas parecia tarde demais. O ávido olhar foi, aos poucos sendo invadido, de modo transparente pelo medo. E eis que, a passos largos e impiedosos, se aproxima um senhor de aparentemente quarenta e poucos anos e, sem que dissesse nada, pelo menos com palavras, suscita a defesa de M.:
- Eu vim brincar... Eles me chamaram...
Talvez essas palavras tenham acentuado a fúria daquele homem que lhe belisca, com força, o peito e retruca:
- Com tanta coisa pra fazer e você brincando! Só quer saber de brincar, né? Eu não quero você brincando, já disse!
E a criança segue, agora também com passos largos e seu inseparável balde na mão. Em todo o corpo, a tristeza misturada ao desejo de brincar.
Segue M., o velho a encher tambor e fica-nos a imagem da criança e o eco de sua fala:
- “Se der tempo, a gente brinca!”


Joana Esmeraldo

sábado, 11 de abril de 2009



Inegavelmente, os jogos e as brincadeiras mudam muito com o passar do tempo seja em diferentes países ou contextos sociais. Mas o prazer de brincar não muda.

É importante para orientação do estudo, algumas definições:
# Brincadeira refere-se à ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não-estruturada;
# Jogo é compreendido como uma brincadeira que envolve regras;
# Brinquedo é utilizado para designar o sentido de objeto de brincar;
# Atividade lúdica abrange, de forma mais ampla, os conceitos anteriores.

A atividade lúdica infantil fornece informações importantes a respeito da criança: suas emoções, a forma como interage, seu desempenho etc. Desse modo ele se transforma em uma fonte de dados para o adulto, ajudando-o a compreender melhor como se dá o desenvolvimento infantil. Daí sua importância.

Com o desenvolvimento tecnológico, o crescimento das grandes cidades , o tempo e o espaço de brincar das crianças diminuíram, implicando negativamente no desenvolvimento de certos aspectos, como o físico por exemplo.

A criança nunca brinca sozinha, ela sempre cria ou dá vida a objetos inanimados, transformando-os em parceiros para a brincadeira. A passividade da criança, seja ela física ou mental não dá idéia de desenvolvimento.

Embora não exista uma teoria completa e universal sobre o jogo, várias correntes teóricas auxiliam o estudo:
# Estudos evolucionistas e desenvolvimentistas (final do século XIX) – Stanley Hall defendia a idéia de que os estágios do jogo infantil recapitulavam toda história biocultural do pensamento humano.
# Difusionismo e particularismo: preservação do jogo (final do século XIX, começo século XX) – Imperava a idéia do jogo como característica universal de todas as culturas devido à difusão constante ou a unidade física do pensamento humano e ao conservadorismo de todas as crianças. Contudo, essa linha de pensamento é controvertida, já que o jogo é dinâmico, e não se transformará em documentos mortos.
# Análises funcionais: socializando o jogo (Década de 30 e 50) – Valorizou o jogo como mecanismo socializador.
# Análise do ponto de vista cultural e de personalidade: a projeção do jogo (1920 até 1960) – O jogo era “usado” como contexto para a pesquisa de outras atividades.
# Estudos de comunicação (Década de 30 a 70) – Ressaltava a importância da comunicação do jogo.
# Análise estruturalista e cognitivista (Década de 50) – Aqui todos concordam que o jogo é um fenômeno da mente, sendo visto como uma atividade que pode ser expressiva ou geradora de habilidades cognitivas gerais e específicas.

A teoria piagetiana dá conta da forma como a criança aprende o mundo, como ela se apropria dos conhecimentos e como ela interage com eles e com diferentes objetos e indivíduos.

Vygotsky refere-se, sobretudo, ao papel do meio social e cultural na formação das funções psicológicas.

Piaget distingue três tipos de estruturas que caracterizam o jogo infantil e fundamentam a classificação por ele proposta: o exercício, o símbolo e a regra.
# Jogos de exercício – Caracterizam a fase que vai desde o nascimento até o aparecimento da linguagem. Têm como finalidade o próprio prazer do funcionamento. Assim que a criança começa a falar, o jogo do exercício diminui.
# Jogos simbólicos – Fase que vai desde o aparecimento da linguagem até aproximadamente os 6/7 anos. No jogo simbólico a criança se interessa pelas realidades simbolizadas e o símbolo serve somente para evocá-las. A criança joga não para aprender, mas para reproduzir suas ações e mostrá-las a si própria e aos outros.
# Jogo de regras (6/7 anos em diante) – A regra supõe, relações sociais, sua violação constitui falta. A regra é o elemento novo que resulta da organização coletiva das atividades lúdicas.

O folclore caracteriza-se também por ser transmitido oralmente de uma pessoa a outra, de uma geração a outra por imitação e sem organização de situações formais. Ele é visto como elo entre o presente e o passado, facilitando a preservação de valores sociais.

O jogo tradicional é aquele transmitido de forma expressiva de uma geração a outra, e incorporado de forma espontânea pelas crianças. Ele faz parte do patrimônio lúdico-cultural infantil e traduz valores, costumes, formas de pensamentos e ensinamentos. Contudo o jogo tem mudado muito no decorrer do século.

Os jogos sofrem constantes transformações por não estarem registrados de forma escrita (documento escrito = antologia), e por constituírem uma obra de criação coletiva; e por serem transmitidos de forma expressiva, seja verbal ou gestualmente, de uma geração para outra. E por estes motivos correm o risco de desaparecer.

Por:Naidhia Soares
Texto baseado no livro: Brincar: crescer e aprender. O resgate do jogo infantil - Adriana Friedmann

domingo, 18 de janeiro de 2009

Dia do Riso


Hoje, 18 de janeiro de 2009, primeiro Dia do Riso que comemoramos depois de formado o grupo. Buscando sobre esse fenômeno inigualável que é sorrir achei fontes que descrevem muito mais que um simples gesto.

Segundo o dicionário Aurélio o riso é o ato ou efeito de rir e indica alegria, contentamento, satisfação. A partir daí fica claro o quão é amplo e mágico o significado dessa pequena palavra. Dentre tantas outras coisas, o riso desperta consigo uma forma de bem estar capaz de aproximar pessoas; uma forma que tranqüiliza e tornam felizes todos os momentos da vida.

Quando falo em bem estar, refiro-me também à SAÚDE, tanto para indivíduos saudáveis quanto para indivíduos que apresentem alguma doença. A Terapia do Riso é algo que desde a década de 60 toma espaço no âmbito do tratamento especialmente das doenças psicológicas. O pioneiro dessa história foi um jornalista americano, Norman Cousin, que era uma pessoa muito rígida, negativa e mal humorada e que acreditou que tal comportamento abriu as portas para o desenvolvimento do pessimismo que carregava dentro de si. Tomou consciência do que existia e movido pelo grande desejo de viver, começou a buscar formas de combater sua doença. Achou o seu remédio assistindo filmes de comédia e ouvindo piadas das pessoas que iam visitá-lo. Sua evolução foi comprovada por testes clínicos. Isso tudo nos faz crer nessa maravilhosa expressão da alma, que é o sorriso.

Incrível também é descobrir que os alimentos podem contribuir para o bom humor. Variam entre frutas (cítricas e ricas em caroteno), folhas verdes (hortelã e erva-doce), sementes (girassol) e a tão deliciosa água de coco. Após ingerir tais alimentos, o passo a ser seguido é rir por cerca de 10 minutos. Rir dos problemas, rir das chatices, rir de ontem, e acreditar que o hoje pode ser diferente por essa linda motivação que é o sorriso.

“O riso é como um limpador de pára-brisa; ele nos permite rodar em frente mesmo que continue chovendo”. (Gérard Jugnot)

Por: Thiáskara Ramile